MP-PE acusa de abuso juíza que mandou prender Gusttavo Lima

O Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) solicitou o afastamento da juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, da condução da Operação Integration. A operação investiga supostos crimes relacionados à lavagem de dinheiro e organização criminosa, envolvendo o cantor Gusttavo Lima, a influenciadora Deolane Bezerra e outros investigados.

Conforme apontado pelo órgão em recurso apresentado na última segunda-feira, a magistrada teria cometido abuso de autoridade e demonstrado falta de imparcialidade no caso.

“Não foi finalizada a análise das informações sobre a movimentação financeira dos suspeitos, etapa essencial para a apresentação da denúncia, considerando a necessidade de comprovar a materialidade e os demais elementos do crime de lavagem de dinheiro”, afirmou o MP-PE, destacando possíveis falhas na condução do processo.

O Ministério Público também alega que a juíza desconsidera as manifestações da acusação. “A postura da magistrada de 1º grau claramente infringe o princípio acusatório. Ainda que a juíza discorde ou se recuse a reconhecer, a titularidade da ação penal pertence ao Ministério Público”, argumentou a Procuradoria.

Deflagrada em setembro e resultando em mais de 20 indiciamentos, a Operação Integration ainda não levou à formalização de uma denúncia.

Apostas ilegais

No entendimento do MP, apesar de uma possível ligação entre Gusttavo Lima e a Vaidebet, empresa sob suspeita de operar com apostas clandestinas, a atividade de jogos de azar, por si só, não configura crime.

O Ministério Público chegou a pedir o encerramento da investigação, mas a juíza negou o arquivamento imediato, encaminhando o inquérito ao procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Marcos Antônio Matos de Carvalho.

Com o impasse entre as instituições, a Polícia Civil diverge da interpretação apresentada pela Procuradoria.