Por que Alcione só canta sentada? Médico explica
Escrito por Jornalismo Nativa em 22 de Novembro, 2025
Alcione segue com a agenda de shows lotada pelo Brasil. A maranhense, que completou 78 anos nesta sexta-feira (21), precisou adaptar as apresentações nos últimos anos. A estrela canta, a maior parte do espetáculo, sentada em um trono digno da rainha que é.
Existe um motivo pelo qual Alcione não se apresenta mais em pé. Em julho de 2022, a sambista foi submetida a uma cirurgia na coluna vertebral devido a um quadro de espondilolistese.Trata-se de uma condição em que uma vértebra escorrega para frente em relação à vértebra logo abaixo, geralmente na região lombar. Esse deslizamento pode causar dor nas costas, formigamento, fraqueza ou irradiação para as pernas, mas também pode ser assintomático. Costuma ocorrer por desgaste, fraturas por estresse ou defeitos congênitos na coluna.
Apesar de causar dores e limitações de movimento, são extremamente raros os casos onde a espondilolistese faz o paciente parar de andar, uma das principais dúvidas sobre o distúrbio na internet.
Para tirar essa e muitas outras dúvidas sobre espondilolistese, o Purepeople convidou o Dr. Túlio Rocha (CRM 8677 GO), neurocirurgião especialista em coluna. Confira a seguir!
DR. TÚLIO ROCHA TIRA DÚVIDAS SOBRE ESPONDILOLISTESE
Existe algum grupo com mais predisposição para um diagnóstico de espondilolistese?
Sim. Os principais fatores de risco estão relacionados à prática de certos esportes (atividades de impacto, como a ginástica olímpica e o halterofilismo), idade (geralmente adultos e predominante em mulheres acima de 50 anos), genética, pessoas com excesso de peso/obesidade e pessoas com histórico de trauma na coluna.
Alguns casos de espondilolistese leve podem ser assintomáticos por anos. Diagnóstico precoce facilita um tratamento?
Sim, o diagnóstico precoce de uma espondilolistese, mesmo que leve e assintomática, pode facilitar o tratamento, pois permite a implementação de medidas conservadoras (não cirúrgicas) que ajudam a prevenir a progressão do deslizamento e o desenvolvimento de sintomas a longo prazo, como dor crônica e déficits neurológicos.
Quais os exames mais indicados para descobrir um quadro de espondilolistese?
Os exames de imagem que realizam esse diagnóstico dependerão do quadro clínico do paciente: RX / TOMOGRAFIA / RESSONÂNCIA
Ao longo da vida, existem hábitos que ajudam na prevenção da espondilolistese?
Sim, existem vários hábitos de vida saudáveis que podem ajudar na prevenção da espondilolistese ou, pelo menos, reduzir o risco de desenvolver a condição e suas complicações. São eles: manter uma postura correta, praticar uma atividade física de forma regular, manter o peso corporal, evitar movimentos bruscos da coluna e observar a postura ao levantar carga. A espondilolistese pode ser causada por fratura óssea ou pelo desgaste das articulações.
Quais fatores determinam cada um dos casos?
No caso das espondilolisteses causadas por fraturas: idade prococe, atividades físicas de repetição causando estresse ósseo, trauma agudo e predisposição anatômica. No caso das espondilolisteses causadas por desgaste articular: idade avançada, processo degenerativo de envelhecimento natural, frouxidão articular e gênero feminino com idade avançada.
Quais as possíveis consequências de um quadro de espondilolistese?
As principais consequências da espondilolistese são dor crônica na região lombar, dor ciática por compressão nervosa, limitação de movimento, rigidez articular e danos neurológicos graves, como a perda da coordenação e força das pernas.
Uma das principais dúvidas na internet é se quem tem espondilolistese pode ficar sem andar. É uma possibilidade real?
A possibilidade de uma pessoa com espondilolistese ficar sem andar é extremamente rara e geralmente ocorre apenas em casos gravíssimos, de alto grau e não tratados, onde há compressão severa e irreversível dos nervos ou da medula espinhal. Na maioria dos casos, a condição é tratável e não leva à paralisia. Então, sim, é uma possibilidade real, mas não é um resultado comum para a maioria esmagadora dos pacientes.
Quais quadros podem ser amenizados com fisioterapia e quais demandam cirurgia?
A fisioterapia pode amenizar e, muitas vezes, resolver uma ampla gama de quadros musculoesqueléticos, enquanto a cirurgia geralmente é reservada para casos graves ou quando o tratamento conservador falha. Em relação à espondilolistese, a fisioterapia é o tratamento inicial, mas a cirurgia pode ser necessária em certas condições para corrigir a condição e estabilizar a coluna. Quando necessário, a cirurgia geralmente envolve a descompressão das estruturas nervosas e a artrodese (fusão) das vértebras afetadas para estabilizar a coluna e, em alguns casos, tentar reduzir o escorregamento. Quando realizada, ela resolve o problema.
Como a espondilolistese costuma impactar o dia a dia do paciente? Com o tratamento adequado, é possível levar uma vida sem restrições?
A espondilolistese pode impactar significativamente o dia a dia do paciente, principalmente através de dor lombar persistente, rigidez e, em casos mais graves, dor irradiada, fraqueza ou formigamento nas pernas. Com o tratamento adequado (conservador ou cirúrgico), é possível reduzir drasticamente ou eliminar as restrições, permitindo, em muitos casos, uma vida normal ou próxima do normal. Quando mais precoce o diagnóstico, mais efetivo é o resultado do tratamento.
Fonte: Purepeople-Brasil
Nativa FM Itinga 88,5