Síndrome respiratória grave aumentou em 22 estados
Escrito por Jornalismo Nativa em 31 de Maio, 2025
O número de casos de síndrome respiratória aguda grave aumentou em 22 estados do país. As crianças e os idosos são os mais atingidos. A operadora de caixa Alice Fernanda Souza teve que sair no meio do expediente. Foi para um pronto atendimento em Belo Horizonte.
“Eu estou com dor de garganta, estou com dor de cabeça”, diz.
A manipuladora de alimentos Silvana Maria de Jesus também tem se sentido mal. Pensando nela e em quem está ao redor, não tira a máscara. “Se a gente não se prevenir a gente vai acabar adoecendo, um passando doença para o outro”.
E o cuidado faz sentido. Segundo o último boletim InfoGripe, da Fiocruz, em 22 estados, a incidência de casos de síndrome respiratória aguda grave vem crescendo. Em nível de alerta, de risco ou de risco alto.
A maioria das contaminações está associada ao vírus sincicial respiratório, conhecido como VSR, e à influenza A — um dos que provocam a gripe. A influenza A é a principal causa de morte em idosos por síndrome respiratória.
Já o vírus VSR é o que mais provoca internação de crianças de até 4 anos.
“As crianças muitas vezes não tiveram contato com esse vírus ainda, então elas ainda não apresentam imunidade contra esse vírus. E os idosos têm uma imunidade mais frágil, por isso que eles também precisam ser imunizados todo ano”, explica a pesquisadora do InfoGripe / Fiocruz, Tatiana Portella.
Em São Paulo, maior cidade do país, há um crescimento nos casos em todas as idades a partir dos cinco anos.
Na cidade do Rio de Janeiro, 224 pessoas já morreram em 2025 por síndrome respiratória aguda grave. Em Belo Horizonte, os atendimentos por doenças respiratórias bateram recorde em maio. Até agora, foram 87 mil. No Rio Grande do Sul, o número de internações por gripe neste mês foi o maior dos últimos três anos.
A vacina da gripe, alertam especialistas, é a principal proteção contra a síndrome respiratória. Mas de cada 10 pessoas do grupo prioritário, só três tomaram a dose. A vacina é de graça, está disponível nos postos e protege exatamente contra os vírus que mais estão circulando agora no país.
“Todo ano eu tomo e nunca mais eu gripei”, diz uma mulher.
“Já fazia tempo que a gente não tinha tomado, eu peguei gripe por causa, acho, de descuido. agra que eu fiquei bom, vim tomar”, conta um homem. “Não doeu nada. as vacinas servem pra gente sobreviver”, diz um menino.