Membros da CPMI podem vir ao Maranhão colher depoimentos
Escrito por Jornalismo Nativa em 3 de Setembro, 2025
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS pode fazer diligências no Maranhão. O pedido para colher depoimentos no estado é do vice-presidente da CPMI, deputado Duarte Júnior (PSB). Segundo ele, o estado é um dos que mais teve aposentados e pensionistas lesados no esquema de descontos indevidos dos salários.
Pela solicitação do deputado maranhense, fraudes relacionadas ao seguro defeso e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) também serão apuradas com as diligências da CPMI ao Maranhão. Isso pode fazer com que o deputado estadual Edson Araújo e Elisvane Pereira Gama, atual superintendente federal de Pesca e Aquicultura no Maranhão, que é irmã da senadora Eliziane Gama, sejam ouvidos durante essa vinda dos membros da comissão ao estado.
Edson Araújo é apontado pela Polícia Federal como beneficiário de mais de R$ 5,4 milhões, que teria recebido de uma das entidades que fraudava o INSS.
A justificativa para o requerimento de Duarte Júnior é a de que a diligência no Maranhão é essencial para dar voz às principais vítimas do esquema, em sua maioria aposentados do meio rural, pescadores e beneficiários doBPC, que não têm condições de se deslocar até Brasília ou acesso a recursos tecnológicos para participar remotamente das audiências.
“Precisamos ouvir as pessoas, quem de fato sofreu e sentiu na pele os danos gerados pela corrupção no INSS. Por isso, sugiro a realização de diligências fora de Brasília. Tenho certeza de que os testemunhos serão fundamentais não apenas para sensibilizar, mas também para orientar no combate a este esquema que está com os dias contados”, defendeu o parlamentar.
Histórico
Segundo as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), os estados do Maranhão e do Piauí lideram o número de prejudicados, com até 60% dos aposentados de alguns municípios afetados.
No Maranhão, a situação é ainda mais alarmante: 100% dos aposentados entrevistados pela CGU relataram não ter autorizado os descontos, sendo estimado que 76.598 pessoas foram vítimas do esquema. Além disso, fraudes relacionadas a vínculos trabalhistas e ao seguro-defeso também foram identificadas, com prejuízo de até R$ 130 milhões por mês, ultrapassando R$ 1,5 bilhão ao ano.