PF deflagra operação contra extração ilegal de ouro em terras indígenas que movimentou R$4 bi

Escrito por em 13 de Dezembro, 2024

A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira uma operação para cumprir mandados judiciais contra uma organização criminosa suspeita de promover o transporte ilegal de ouro extraído de terras indígenas no Pará. O esquema teria como destino outros estados brasileiros e o exterior, movimentando um montante de 4 bilhões de reais, conforme informado pela corporação.

De acordo com o delegado Pedro Henrique Melo, que coordena a investigação, o grupo recrutava principalmente estrangeiros, em sua maioria venezuelanos, recém-chegados ao Brasil pela fronteira terrestre. Esses indivíduos eram usados para transportar o ouro ilegal em bagagens despachadas em voos comerciais, com retorno à Venezuela e à Guiana.

“Após um ano de apurações, verificamos que cerca de uma tonelada de ouro foi movimentada ilegalmente. Além disso, identificamos transações financeiras superiores a 4 bilhões de reais, envolvendo laranjas e empresas de fachada”, declarou o delegado em um vídeo divulgado pela Polícia Federal.

“O minério era extraído de lavras clandestinas no oeste do Pará e enviado para Boa Vista e Manaus, com destino final, geralmente, à Venezuela e à Guiana”, detalhou Melo.

A Justiça Federal autorizou o cumprimento de nove mandados de prisão e 19 de busca e apreensão nos estados do Pará, Roraima, Amapá, São Paulo, Paraná e Goiás. Também foi determinado o bloqueio de bens e valores que totalizam mais de 615 milhões de reais.

Durante a operação, a Polícia Federal apreendeu veículos de luxo, diversas armas, joias, metais preciosos e quantias em dinheiro.

No mês passado, o governo federal lançou uma operação abrangente envolvendo 20 órgãos para remover garimpeiros da Terra Indígena Munduruku. Uma reportagem da Reuters que acompanhou o início das ações mostrou que o envolvimento de indígenas na mineração ilegal tem dificultado o combate ao garimpo na Amazônia.

A Terra Indígena Munduruku, que abriga cerca de 140 aldeias e uma população de 9 mil indígenas, corresponde a uma área equivalente à metade do estado do Rio de Janeiro. Situada ao longo do rio Tapajós, um dos maiores afluentes do Amazonas, a região tornou-se um foco crítico de mineração ilegal, prática proibida por lei nesses territórios no Brasil.


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