Lançado microcrédito AgroAmigo com R$ 1 bi para agricultura familiar
Escrito por Jornalismo Nativa em 24 de Agosto, 2025
O governo federal oficializa o AgroAmigo — linha de microcrédito rural voltada à agricultura familiar de baixa renda — com recursos dos Fundos Constitucionais do Norte (FNO) e do Centro-Oeste (FCO) que somam R$ 1 bilhão.O lançamento ocorre em Brasília na segunda-feira, 25 de agosto de 2025.
A iniciativa atende determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para direcionar parte dos fundos constitucionais a pequenos produtores, reforçando políticas de redução da pobreza, combate à fome e diminuição das desigualdades regionais. A operação do crédito será realizada em parceria com a Caixa Econômica Federal.
Com orçamento inicial de R$ 1 bilhão, o AgroAmigo pretende alcançar mais de 100 mil famílias com condições facilitadas: juros de 0,5% ao ano, prazos de até três anos para pagamento e bônus de adimplência que pode chegar a 40%.
Idealizado no âmbito do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por articulação do ministro Waldez Góes, o programa replica no Norte e no Centro-Oeste a lógica do microcrédito que já impulsiona a produção no Nordeste. “É fundamental que a Amazônia e o Centro-Oeste também vivenciem os impactos positivos que o Nordeste já conhece com o microcrédito. As pessoas que acessam esse tipo de financiamento passam a fazer parte do processo de desenvolvimento do país”, afirma o ministro.
O público-alvo são agricultores familiares com renda anual de até R$ 50 mil, com inscrição no Cadastro da Agricultura Familiar (CAF). O financiamento cobre custeio e investimento em infraestrutura produtiva — como construção de reservatórios e armazéns, irrigação, recuperação de pastagens, aquisição de matrizes e reprodutores, instalação de pequenas agroindústrias e compra de insumos (sementes, adubos e ração).
Para ampliar o alcance, o AgroAmigo dispensa garantias reais e define limites conforme o perfil do beneficiário: até R$ 15 mil para mulheres, R$ 8 mil para jovens e R$ 12 mil para homens. Uma mesma família pode somar até R$ 35 mil, caso diferentes integrantes se enquadrem nas faixas previstas. Os valores não são pagos em espécie: o desembolso vai direto aos fornecedores indicados na proposta, mecanismo que reforça a rastreabilidade e o uso produtivo do crédito.
Desde o início da operação piloto, entre dezembro de 2024 e julho de 2025, já foram formalizados mais de 12,8 mil contratos, totalizando R$ 150,7 milhões investidos. A maior concentração de operações até agora está no Pará, no Acre e no Amazonas, o que indica demanda reprimida e potencial de expansão nas cadeias produtivas locais.