Preço do gás de cozinha pode chegar a R$ 150
Escrito por Jornalismo Nativa em 14 de Maio, 2025
O botijão de gás de cozinha de 13 kg no Pará pode chegar a custar até R$ 150, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA). Revendedores locais atribuem o aumento aos reajustes apresentado pelas distribuidoras nos dois últimos meses, influenciados pelos leilões de estoque da Petrobras, modalidade adotada no fim de 2024. Segundo o setor, isso elevou a competitividade e os custos de aquisição, o que se soma a disputa de mercado com as revendedoras clandestinas.
O vice-presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado do Pará (Sergap), David Nascimento, explica que os leilões fazem com que alguns revendedores detenham um estoque maior que outros. A prática foi adotada pela Petrobras em meados de outubro do ano passado, quando a estatal passou a separar parte das cargas para leiloar, pressionando os preços no estado, que já ocupa a 11ª posição entre os mais altos do país, conforme o Dieese.
“São quatro distribuidoras ao todo aqui, elas usaram como argumento que estavam repassando o reajuste devido a essa nova modalidade da Petrobras, que agora está leiloando o gás; por isso, está mais caro”, explica.
Apesar do reajuste, Nascimento pretende segurar o preço da unidade do botijão nas suas lojas, devido ao que descreve como uma “concorrência desleal” com as revendedoras clandestinas, o que compromete o seu lucro. Por isso, o botijão deve se manter entre R$ 120 (a vista) e R$ 125 (no cartão). Essa média, segundo ele, ainda não condiz com o valor real de reajuste que elevaria os preços a cerca de R$ 130.“Para manter o lucro precisaríamos estar vendendo o gás a pelo menos R$ 130. Mas, pela competitividade desse mercado e pela clandestinidade, a gente não consegue elevar nosso valor. Isso acaba sendo desleal”, lamenta o vice-presidente.
O primeiro reajuste no valor do produto veio ainda no mês de abril, após um período de escassez nos estoques da cidade, devido a um atraso no navio de cargas da Petrobras. Agora, no dia 5 de maio, um novo aumento foi apresentado, ainda sob a justificativa de recuperação desse período, mas também devido à nova modalidade de leilões.
Maiores indicadores
Os dados obtidos pelo Dieese indicam que os maiores preços médios do botijão de 13 kg se concentram nos sete estados da região norte. Nesse ranking o Pará ocupa a 11ª posição, com preços que variam de R$ 84 a R$ 150 reais. Os números se guiam pelo banco de dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).Na análise por municípios, os números seguem comportamentos parecidos na média de preço.
Em Paragominas, sudeste paraense, a pesquisa encontrou uma média de R$ 148,57 na unidade do botijão, sendo o primeiro lugar entre os mais caros. E, na 12ª posição, o município de Parauapebas, com uma média de R$ 130,83.