SAÚDE: Buriticupu é alvo ofensiva judicial

A gestão do prefeito João Carlos, em Buriticupu, tornou-se alvo de uma ofensiva judicial do Ministério Público do Maranhão após a interrupção recorrente dos serviços de saúde básica no município. Relatórios e vistorias técnicas confirmam que a administração municipal promoveu o fechamento de postos de saúde e o desmonte de equipes profissionais, afetando severamente o atendimento tanto na sede quanto nas áreas rurais, onde milhares de moradores dependem exclusivamente do sistema público.

O Ministério Público identificou um padrão preocupante na conduta administrativa da prefeitura. Por meio de decretos de “recesso”, a gestão suspende as atividades da atenção básica, mas o que deveria ser uma pausa temporária tem se transformado em longos meses de abandono. No ano anterior, uma medida semelhante resultou em um apagão nos serviços que durou muito além do anunciado oficialmente.

Atualmente, a prefeitura ignorou recomendações para retomar os atendimentos e manteve apenas quatro unidades abertas para toda a cidade, gerando aglomerações e risco sanitário. A precariedade do sistema reflete-se na falta de médicos e enfermeiros, além da ausência de contratos claros para os profissionais. A prefeitura também passou a limitar o acesso à saúde por meio de senhas restritas, atingindo inclusive os serviços de saúde mental.

Para os promotores, essa estratégia cria barreiras intransponíveis para a população vulnerável e interrompe tratamentos vitais, como o acompanhamento de gestantes (pré-natal), esquemas de vacinação e o controle de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.

Diante do silêncio do prefeito e da Secretaria de Saúde frente às notificações, o MP agora busca, via Judiciário, obrigar a reabertura imediata de todas as Unidades Básicas de Saúde. A ação exige a manutenção de equipes completas e a garantia de que o direito constitucional à saúde não seja transformado em um serviço intermitente.

O objetivo é impedir que a administração continue utilizando artifícios burocráticos para paralisar um sistema que deveria ser ininterrupto e universal.