TOCANTINS: Governador chama ex-vice-prefeito de ‘marginal’
Escrito por Jornalismo Nativa em 29 de Março, 2025
O governador Wanderlei Barbosa (Repuplicanos) classificou como “marginal” o ex-vice-prefeito de Caseara, Gilman Rodrigues da Silva (PL), acusado de agredir brutalmente a ex-companheira Delvânia Campelo da Silva, de 50 anos. A declaração foi feita durante a inauguração da Casa da Mulher Brasileira, em Palmas, realizada nesta sexta-feira (28).
“Vamos fazer todo esforço para colocar esse marginal na cadeia”, garantiu Wanderlei. O caso, que ganhou grande repercussão, foi tratado pelo governador como uma prioridade de segurança pública.
“Esse caso virou comoção no Tocantins. Está sendo acompanhado de perto pelo governo, mas às vezes a lei deixa brechas que a gente tem que atravessar”, afirmou Wanderlei, ao lado da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que esteve presente no evento.
“O secretário de Segurança está analisando tudo, já houve manifestação do Ministério Público, e vamos dar celeridade a esse processo para que não fique sem uma resposta da Justiça, do Estado e, principalmente, da segurança pública”, completou o governador.
ENTENDA O CASO
O crime ocorreu no último sábado (22), em uma chácara na zona rural de Caseara. Delvânia teria sido agredida com um machado de cortar osso. Ela foi encontrada gravemente ferida após pedir ajuda por um aplicativo de mensagens.
Socorrida pela Polícia Militar, a vítima foi transferida para o Hospital Geral de Palmas (HGP), onde permanece internada. O ex-vice-prefeito apresentou-se à delegacia na terça-feira (25), mas foi liberado por não estar mais em flagrante.
GOVERNADOR PEDE RIGOR
Wanderlei foi enfático ao afirmar que o Estado não tolerará violência contra mulheres. “Não podemos permitir que uma situação como essa ocorra no Tocantins e no Brasil. O combate à violência contra a mulher exige a união de todos os entes federativos”, declarou.
MINISTRA SE MANIFESTA
A ministra Cida Gonçalves também se manifestou sobre o caso. “Precisamos enfrentar a violência contra as mulheres e combater a impunidade. Não podemos aceitar que feminicidas sejam soltos ou não responsabilizados no tempo certo, permitindo que cometam mais crimes”, disse.
INVESTIGAÇÃO
O caso foi registrado na Central de Atendimento à Mulher 24h, em Palmas, no domingo (23). O Instituto Médico Legal (IML) coletou provas, e a Delegacia Regional de Paraíso foi acionada. A 54ª Delegacia de Caseara instaurou inquérito e ouviu testemunhas.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que não houve flagrante no momento da prisão, já que o crime só foi comunicado à polícia no dia seguinte. O Ministério Público informou que aguarda o andamento das investigações para se manifestar.
A Secretaria de Estado da Mulher repudiou a agressão e exigiu apuração rigorosa. “A violência contra a mulher exige resposta firme e imediata”, destacou a pasta, reforçando o compromisso com a proteção feminina e a aplicação da Lei Maria da Penha.
FAMÍLIA PEDE JUSTIÇA
Familiares de Delvânia estiveram no evento para clamar por Justiça. Empunhando cartazes, os irmãos da vítima manifestaram que o caso não poderia passar batido. “Não podemos deixar esse crime impune, nenhuma mulher deve passar por casos de violência doméstica. Delvânia não foi a primeira e infelizmente não será a última. esse criminoso não pode se safar”, defendem.
Maria dos Anjos, irmã de Delvania, disse que a família só ficou sabendo da agressão após a vítima já ter sido transferida para o HGP. “Foi terrível o que aconteceu e a gente sente impune”, desabafou.
Ainda de acordo com a irmã, Delvânia chegou a compartilhar áudios relatando ter sido vítima de violência doméstica. “Ela é uma pessoa alegre, extrovertida e muito tranquila, Esse caso não pode virar apenas estatística”, pontua.