1ª-dama de cidade do Tocantins era beneficiária do Bolsa Família

Escrito por em 29 de Outubro, 2025

Elaine se apresenta como contadora, enquanto o prefeito declarou possuir R$ 165 mil em bens / Foto: Reprodução

 

Um levantamento do jornal O Globo revelou que a esposa do prefeito de Cachoeirinha (TO), Elaine de Deus, constava entre as beneficiárias do Bolsa Família – programa federal destinado a famílias com renda mensal de até R$ 218 por pessoa. O benefício foi suspenso após o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) identificar, por meio de cruzamento de dados, que familiares de gestores eleitos em 2024 ainda recebiam o auxílio. Com cerca de 2,2 mil habitantes, o pequeno município está localizado na região do Bico do Papagaio.

Nas redes sociais, Elaine se apresenta como contadora, enquanto o prefeito Sandrimar Alves (União Brasil) declarou à Justiça Eleitoral possuir R$ 165 mil em bens, incluindo um Toyota Corolla modelo 2019, avaliado em cerca de R$ 89 mil pela Tabela Fipe. O caso chama atenção por contrariar o perfil econômico das famílias que têm direito ao programa, voltado a pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Segundo o MDS, em janeiro deste ano foram excluídos do Bolsa Família cerca de 1,1 mil vereadores, 19 vice-prefeitos e sete prefeitos em todo o país. As informações vieram a público apenas em outubro, após um pedido via Lei de Acesso à Informação (LAI) feito pela agência Fiquem Sabendo, organização especializada em transparência pública.

O ministério informou que não utiliza declarações de bens como critério para concessão ou permanência no programa, mas realiza ações de monitoramento e fiscalização para identificar “famílias que possuam membros eleitos para cargos na esfera municipal, estadual ou federal”.

Casos semelhantes ao de Cachoeirinha também foram registrados em Lontra (MG) e Cordeiros (BA). Em Cordeiros, por exemplo, a esposa do prefeito Devani Pereira (PDT) recebia o benefício desde 2013, embora o gestor tenha declarado R$ 1,2 milhão em patrimônio, incluindo seis propriedades rurais e R$ 250 mil em gado.

Especialistas em políticas sociais destacaram que, embora o Bolsa Família seja um programa eficiente na redução da pobreza e na redistribuição de renda, casos de uso indevido do benefício costumam ocorrer por omissão de informações ou falhas de atualização cadastral.

Por Arnaldo Filho (coluna Direto ao Ponto) do AF Noticias


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