COP30: Ativistas projetam mensagem por justiça climática

Escrito por em 11 de Novembro, 2025

A Oxfam Brasil, organização não governamental que atua em temas de desenvolvimento socioambiental, junto com a Aliança dos Povos Pelo Clima, realizou na noite desta segunda-feira (10/11) uma projeção artística em um prédio de Belém, nas proximidades da avenida Presidente Vargas, com uma mensagem em defesa da justiça climática.

A intervenção marcou o encerramento do primeiro dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece na capital paraense. Na fachada do edifício, a frase projetada dizia: “O tempo para fazer justiça climática está acabando. Os culpados pela crise devem pagar a conta.”

Além das projeções, uma cobra cenográfica instalada no chão interagiu com as imagens exibidas na fachada. O elemento faz referência ao slogan “A gente cobra”, utilizado pela Aliança dos Povos Pelo Clima em suas campanhas.

“O mote da ação será o globo terrestre dentro de uma ampulheta, com areia caindo. Frases alertarão que o tempo para a justiça climática está acabando, e que os responsáveis precisam pagar pelos prejuízos ambientais no mundo”, revela Viviana Santiago, diretora-executiva da Oxfam Brasil.

Instalação “A gente cobra”, em Belém, durante ação por justiça climática na COP30.

Instalação “A gente cobra”, em Belém, durante ação por justiça climática na COP30.

A ação foi inspirada no relatório “Saque Climático: como poucos poderosos estão levando o planeta ao colapso”, publicado recentemente pela Oxfam Internacional. O estudo mostra que o 0,1% mais rico da população mundial é responsável por emissões diárias de carbono superiores às de metade da humanidade em um ano inteiro.

Segundo a pesquisa, os bilionários utilizam sua influência econômica e política para manter a dependência global de combustíveis fósseis, o que maximiza lucros e agrava a crise climática. Aproximadamente 60% dos investimentos dos super-ricos estão aplicados em setores de alto impacto, como petróleo, gás e mineração.

De acordo com o relatório, as carteiras de investimento de 308 bilionários emitem juntas mais carbono do que 118 países somados. Em média, um bilionário gera 1,9 milhão de toneladas de CO₂ por ano apenas com seus investimentos — o equivalente a cerca de 10 mil voltas ao mundo em jato particular.

A Oxfam afirma que a taxação das grandes fortunas e investimentos poluentes seria uma forma de reequilibrar a responsabilidade climática e garantir recursos para financiamento de ações sustentáveis nos países mais vulneráveis.

Durante a COP30, a Oxfam Brasil participará de diversas atividades e debates sobre financiamento climático e justiça social. No sábado (15/11), a organização conduzirá o painel “Financiamento Climático: Caminhos para a Implementação da NDC e a Promoção da Justiça Climática”, na Blue Zone, espaço oficial da conferência.

A sessão abordará o papel do financiamento internacional na implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e nas estratégias para ampliar a justiça climática, com base em relatórios recentes da Oxfam Brasil e da Oxfam International.

Por Hannah Franco ( O Liberal)


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